Resenha publicada no blog Luizdreamhope em 21/09/2010
“Filhos de Galagah
traz a você, personagens inesquecíveis que irão te acompanhar neste
mundo de glórias e tragédias. Heróis nobres e companheiros de passado
sombrio, que põe em prática o treinamento de uma vida.
Galatea
é uma heroína de ideais nobres, filha do rei e Campeã Sagrada de sua
religião, que parte para uma busca ordenada por seus sacerdotes,
dragões. Iallanara é uma bruxa rejeitada pela sociedade, uma assassina
fria presa a um ser cruel e misterioso. Ela se juntará à Campeã Sagrada
para proteger-se e tentar buscar sua liberdade, criando um
relacionamento de mentiras e desconfianças. Por último, Gawyn um elfo
criado por humanos, e Sephiros, um elfo forjado para a batalha, serão
convidados a proteger estas mulheres, entrando em um relacionamento
mais intrigante que qualquer aventura.
A
jornada os levará a lendária Lemurian, a cidadela invertida, onde o
destino decidirá o sucesso ou fracasso na busca do que procura: A
Primeira Runa.”
Acredito que a maioria daqueles que curtem o gênero fantástico medieval produzido no Brasil conhecem a série Legado Goldshine, o universo de Grimelken, criado pelo autor Leandro Reis, também conhecido como Radrak.
É uma obra presente no cenário nacional, e confesso que, por diversas
vezes, esbarrei com ela em blogs e sites da internet, até que chegou ao
ponto que não agüentei a tentação e adquiri o livro.
Mas
tenho que confessar, e também ressaltar, um aspecto positivo do livro,
que é trazer com ele algo que vem crescendo no mercado literário: uma
forma de divulgação audiovisual chamada de booktrailer. É semelhante ao
trailer de um filme, só que sendo para um livro, que pode ser de diversas
maneiras dependendo da criatividade do autor. O booktrailer de Filhos
de Galagah me agradou bastante, até porque foi o primeiro trailer de
um livro nacional que apreciei, logo, contou um pouco aquele “ohhhh,
incrível”. Mas se vocês ainda não o viram, podem conferi-lo abaixo.
Retomando o livro físico, a capa é bem produzida, cheia de camadas que me deixaram com o constante desejo de tateá-la.
Nas
primeiras páginas. a história é um pouco presa, centrada numa única
região da trama, não dando dicas sobre como se desenrolaria o enredo. Ela só começa a caminhar após o seqüestro do príncipe Thomas, e
ganha ainda mais força quando Galatea parte em sua missão sagrada atrás
das três runas - ingenuidade minha ao pensar que veria as três neste
livro).
Durante
a leitura, nota-se muitos aspectos provindos do RPG, algo natural, pois
se não me engano, esta série nasceu de um jogo de role playing game. Disfarçar-se
numa caravana circense para entrar em uma cidade; partir numa jornada em
busca de um símbolo sagrado; personagens inseridos na jornada para ajudar os
heróis e logo depois desaparecerem(Aloudos); encontro de personagens
secundários com a protagonista, e que depois de algum acontecimento,
acabam aderindo à missão da personagem... bem RPG, não? Por isso, um aspecto do livro de meu desagrado foi o encontro dos personagens e o desenrolar para a aceitação pouco natural de cada uma na empreitada da heroína. Ficou meio forçado, como se
ninguém ali tivesse motivos mais importantes que refutassem uma ajuda à
princesa. Até mesmo a união do grupo não graduou, ficou estática o
livro inteiro, como se já se conhecessem. E
aproveitando a questão dos personagens, devo dizer que apenas
dois me encantaram de forma que não precisasse fazer muito
esforço: Iallanara e Gawyn.
A
Bruxa Vermelha é o enigma dentro do grupo, atormentada por muitas
questões do passado, ainda perdida em sua própria personalidade. Incerta
de qual caminho escolhia, foi a que mais fez meus olhos se atentarem para
cada ação que ela tomaria na trama. Além disto, se não fosse por ela,
Galatea seria uma peça apagada. Aproveitando para destruir a
protagonista, não senti muita coisa dela, não. Desprovida de
pessoalidade, tudo é para o Deus Radrak, e apenas pensa na missão das
Runas e na criança que precisa achar. Uma simples princesa mimada,
religiosa, e de bom coração, é uma chama apagada sem a presença de
Ialanara para fazê-la acender e bruxulear. Quanto ao Gawyn, ele é aquele
típico personagem de alívio cômico na trama. Possui um passado que foi
pouco explorado no texto, mas é um personagem bastante divertido capaz
de nos dar algumas risadas.
Algo
interessante é a utilização dos deuses na história, capazes de
controlar os ideais de alguns personagens, como Galatea. Grinmelken parece ser recheada de tramas envolvendo religiões distintas, dando um tempero
ainda melhor à história.
Há
também boas cenas de luta. As magias ficam por conta de Iallanara e
Sephiros; a batalha corpo a corpo com o espadachim Gawyn (possui uma
habilidade apelativa de segurar flechas); e Galatea usando o escudo e a
espada para arrasar os inimigos com sua força bruta. Pelo menos possui
uma habilidade de cura. Em jogo de RPG, Galatea usaria Heal, rs.
Algo
que gostei bastante foi o local escolhido para a trama se desenrolar:
Lemurian, a cidade invertida, é com certeza um lugar atípico, e ainda
esconde muitos segredos que serão revelados em algum livro posterior.
De modo geral, o livro seguiu muito bem com seu desenvolvimento. Eu só
lamento do autor não ter mostrado as partes soltas que a história deixou, e não
são poucas, que vai desde o passado dos personagens até tramas paralelas.
Por exemplo, o que houve com Thomas? Qual é a razão do amigo imaginário
de Ialanara, Noite? E muitas outras questões. O Leandro até comentou
isso nas suas notas finais do livro, mas achei que antes do final da
história, ele podia ter soltado uma ou mais cenas que dessem um ar
"cliffhanger" à trama, já uma preparação para o próximo volume.
Felizmente, Grimelken é um mundo cheio de histórias incríveis, e no site www.grimelken.com.br podemos encontrar contos e curiosidades sobre este universo. É um
material que complementa a história e nos traz ainda mais para o
universo do autor.
2 comentários
Legal a resenha, Luiz.
Este ano, com certeza terei o prazer em obter essa obra, pois acho que esta fantasia não deve ser ignorada.