Editora: Leya
Nº de páginas: 498
Ano de publicação: 2009
Skoob
Onde comprar?
Saraiva
Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.
Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão.
E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.
E o mundo mudará. Mais uma vez.
Nº de páginas: 498
Ano de publicação: 2009
Skoob
Onde comprar?
Saraiva
Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.
Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão.
E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.
E o mundo mudará. Mais uma vez.
Na resenha do primeiro volume desta série (Caçadores de Bruxas), afirmei que foi um dos melhores livros de fantasia que já havia lido, daqueles que marcam nossa vida de leitura e que certamente será relido algum dia. Muito óbvio o meu avanço para segundo volume, dessa vez com uma expectativa maior, seguro de que encontraria uma história tão adorável quanto a do primeiro. Mas o que encontrei foi algo… diferente. Sim, essa é a melhor palavra que sintetiza as páginas de Corações de Neve em relação ao seu antecessor.
O
diferencial da trilogia Dragões de Éter, pelo menos até sua segunda parte, e
espero que também seja assim na terceira, é ser o tipo de história que mescla
entretenimento e reflexão de forma harmoniosa. O leitor curte a história, mas,
ao mesmo tempo, também enxerga algo mais, algo mais profundo… algo mais espiritual.
Na verdade, a “reflexão espiritual” é o charme da obra de Raphael Draccon, a
meditação que toca o coração antes de subir a mente.
A
segunda e forte característica da série é o diálogo com o leitor. O próprio
enredo viabiliza essa comunicação; a criação do mundo ficcional de Nova Ether é
em si a nossa interação axiomática com o livro. Há determinados trechos da
história que não há como fugir: o leitor REALMENTE está na cena. Afinal, na
história, eu SOU um semi-deus.

Apesar
de mencionado em Caçadores de Bruxas,
nem me passou pela cabeça que a realização de um torneio de pugilismo se
tornaria um dos focos centrais da história. E como sou um otaku (fã de
animes/mangás), não há como não ficar excitado com os embates, visto que
torneios são frequentes em animes de luta (embora nunca sejam finalizados
graças a maldita intervenção de um antagonista com o fim de intensificar a
história; mas graças ao Criador, isso não aconteceu em Nova Ether).
Já que mencionei o torneio, também falarei das lutas. Bem descritas e emocionantes, contudo, é obrigatório que o leitor conheça alguns golpes inerentes desse esporte para conseguir visualizar as cenas, pois o autor, se não estou enganado, as descreve apenas no livro anterior. Nada que uma “googlezada” não resolva.
Já que mencionei o torneio, também falarei das lutas. Bem descritas e emocionantes, contudo, é obrigatório que o leitor conheça alguns golpes inerentes desse esporte para conseguir visualizar as cenas, pois o autor, se não estou enganado, as descreve apenas no livro anterior. Nada que uma “googlezada” não resolva.
Algo
inesperado, porém, foi o surgimento de uma “tecnologia” não conhecida pelos
personagens até então. Achei interessante esse choque entre o rústico e o
moderno, uma boa metáfora de nossa sociedade contemporânea que a cada dia
vislumbra novos avanços tecnológicos antes inimagináveis.
Os personagens do livro anterior estão de volta, dessa vez com espaço de sobra para serem explorados. E é exatamente isso o que o autor faz, até demais. O primeiro livro possui um ótimo equilíbrio entre o desenvolvimento da história e dos personagens; neste, no entanto, há uma prioridade maior para a evolução dos personagens em detrimento do ritmo da história. Apesar desse lado negativo, a maioria das figuras principais foi aproveitada da melhor forma possível. A relação entre João Hanson e Ariane Narin intensificou-se, e a evolução desse laço e suas consequências contribuem para as melhores passagens do livro. A relação fraterna entre Axel Branford e Anísio também não fica para trás em nível de emoção. O relacionamento deste último com a princesa Branca Coração-de-Neve torna-se cativante ao fim do livro. Essa caracterização é algo interessante e satisfatório, pois é o imprescindível de qualquer série literária: evolução dos personagens.
Os personagens do livro anterior estão de volta, dessa vez com espaço de sobra para serem explorados. E é exatamente isso o que o autor faz, até demais. O primeiro livro possui um ótimo equilíbrio entre o desenvolvimento da história e dos personagens; neste, no entanto, há uma prioridade maior para a evolução dos personagens em detrimento do ritmo da história. Apesar desse lado negativo, a maioria das figuras principais foi aproveitada da melhor forma possível. A relação entre João Hanson e Ariane Narin intensificou-se, e a evolução desse laço e suas consequências contribuem para as melhores passagens do livro. A relação fraterna entre Axel Branford e Anísio também não fica para trás em nível de emoção. O relacionamento deste último com a princesa Branca Coração-de-Neve torna-se cativante ao fim do livro. Essa caracterização é algo interessante e satisfatório, pois é o imprescindível de qualquer série literária: evolução dos personagens.
Em
contrapartida, Corações de Neve
também possui um exorbitante número de novos papéis, e muitos deles
superficiais, já que só serviram de “auxílio” em algumas cenas. Provavelmente
um efeito colateral da forte concentração nos personagens principais. Mas se o
resultado se repetir no livro seguinte, é quase certeza que os que não tiveram
muito espaço nesse volume serão desenvolvidos no próximo.
É
estranho que justamente quando os demais reinos e seus respectivos reis
aparecem, não há aquele mapa de Nova Ether nas primeiras páginas. Certo, o
leitor pode tirar seu Caçadores de Bruxas
da estante e conferir onde exatamente ficam os reinos apresentados na história,
mas não é a todo momento de leitura que teremos esse livro em mãos. Portanto, o
mapa também deveria ter sido impresso nesse volume.
Corações de Neve mantém algumas semelhanças com seu predecessor.
A divisão do livro em três arcos, sendo o último aquele que dá nome à obra; os
diversos núcleos da história que aos poucos vão se concatenando. Porém, os
ganchos nos finais dos capítulos e a própria divisão das cenas já não é a mesma.
Os cliffhangers foram poucos e a
ansiedade para saber o que iria acontecer em seguida só funcionou algumas vezes,
exceto no final da história cujo clímax possui a mesma narrativa frenética que
era frequente no primeiro livro.
As
referências aos contos de fadas e a outras mitologias estão muito mais fortes
nesse segundo volume. É interessante como o autor consegue trabalhar essas alusões
sem parecer um “copia e cola” e ainda encaixá-los no contexto de sua história
de forma que a trama de origem e a de Dragões de Éter se unam sem nada parecer
forçado.
No
começo do livro paira uma atmosfera mais descontraída, algo ausente em Caçadores de Bruxas. Sem contar o
ambiente e a trama mais “adolescente”, digamos assim, pois a história foca-se
bastante nos personagens mais jovens e no relacionamento entre eles. E como os
adolescentes de lá falam da mesma forma que os adolescentes do nosso mundo, há
trechos que realmente parecem direcionados ao público bem juvenil; vez ou
outra, porém, essa caracterização adolescente gera um contraste com o estilo da
saga. Apesar dessa diversidade, alternando entre algo mais simples e juvenil, e
algo mais maduro e sombrio, foi uma jogada perigosa e ousada do autor, mas que
deu certo.
O
único ponto fraco do livro são as descrições escassas, tanto dos personagens
quanto dos cenários. O autor apenas pincela alguns detalhes e deixa que a
própria imaginação do leitor se encarregue do resto, o que tem seu lado
positivo, já que a história, como é muito grande, se torna mais objetiva e
menos lenta; contudo, algumas passagens poderiam ter sido mais detalhadas. Creio
que a opção pela agilidade da escrita em detrimento de algo mais descritivo
seja proposital, uma vez que, como já disse nessa resenha, o leitor tem um
papel fundamental na história, uma conexão mágica e quase interativa que dá ao
leitor o controle daquilo que ele deseja presenciar.
Ah,
claro. Erros de revisão (alguns bobos, por sinal) continuam presentes em
quase todos os livros brasileiros que leio. E, pessoalmente, isso me
incomoda, e MUITO. Mas felizmente, esse
problema é insignificante para um livro como Dragões de Éter, que se destaca
pela sua originalidade e espirituosidade.
Resenha publicada no blog Luizdreamhope em 21/12/2012