Resenhas, artigos e contos

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[Resenha - Filme] A Hospedeira

Crepúsculo está longe de ser uma saga agradável para mim, e influenciado pelo meu desgosto em relação a série pop vampiresca de Stephenie Meyer, não ousei folhear uma única página de seu outro livro, A hospedeira, que me parecia ser uma versão dos romances melosos da autora dentro da ficção científica. Se ela fez aquilo com os vampiros, o que faria então com os seres alienígenas? Porém, resolvi deixar o preconceito de lado e dar uma chance, não ao livro e sim ao filme, para poupar minhas horas caso eu veja um repeteco de Crepúsculo

De fato, A Hospedeira é uma outra versão para Crepúsculo, só que funciona bem melhor que a história dos vampiros brilhantes. Mostra-se como um romance juvenil, e só. Pelo menos, no filme, não há nenhum aprofundamento de como se deu a invasão dos alienígenas (Almas, como são chamadas), que são os hospedeiros que entram nos corpos dos habitantes do planeta para conquistá-lo e aperfeiçoá-lo. Ou seja, aqui na Terra instaurou-se uma era de paz, um mundo livre de fome e violência. Mas o filme não elucida como isso pode ser possível, como é a estrutura social dos "novos" habitantes. Tudo o que diz é que eles vivem baseados na gentileza e na bondade. Um utopia fácil de ser pensada, mas não tão simples de ser explicada. O fato é que a história usa isso apenas como pano de fundo, sem dar maiores explicações, o que deixa a verossimilhança em apuros. Da mesma forma que Crepúsculo, esta também possui suas falhas. Nem me surpreendendo. Pelo menos, a relação entre as Almas e os seres humanos é interessante na medida em que nossos inimigos são pacíficos e nós somos aqueles que geramos o mal. E, talvez, a ausência de uma explicação para sociedade justa das Almas funcione como um incógnita para nós, seres humanos, de como conseguiremos alcançar um mundo tão pacífico. 

O que segura a história é a protagonista Mellany, dezessete anos, que teve seu corpo invadido por uma hospedeira alienígena, mas que não teve sua consciência humana morta. Assim, Peregrina, como é chamada pela sociedade das Almas, vive com a presença de Mellany dentro de sua cabeça. Pouco a pouco, Peregrina é influenciada pelas lembranças da jovem, dos momentos juntos ao namorado dela, sente como é diferente ser humana e acaba ajudando-a (ela mesma) a fugir para uma região árida onde Mellany vivia com um grupo de Resistência e onde seu namorado também está. Lá, obviamente, não é reconhecida como humana, mas é salva pelo tio, acreditando que a sobrinha ainda está dentro do corpo da jovem. Os diálogos entre Peg - como será alcunhada pelo tio - e Mellany são as partes divertidas do filme, um ideia positiva para gerar um conflito na personagem (muito melhor que uma certa Bella). 

O problema do filme é que, seguindo os moldes de Crepúsculo, não possui cenas de ação empolgantes, embora tenha uma quantidade maior. Os momentos de clímax são bem ruins, e o ritmo da história é lento demais. Como mencionei, o único fator interessante e que achei acima da média foi a protagonista. Creio que seja um bom filme para quem gosta de romances do tipo, razoável para algum curioso como eu, e terrível para quem espera uma boa trama de ficção científica. 

p.s: os filmes baseados nos livros da Meyer possuem ótimas trilhas sonoras.
   

3 comentários

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Os filmes nem os livros produzidos à partir de uma obra da Stephenie Meyer me agrada. E não é por culpa dos vampiros, convenhamos que gosto de Diários dos Vampiros que é muito bem escrito

Balas
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Há inúmeras obras de vampiros (realmente vampiros) melhores que a da Meyer. Esse Diários de Vampiros é aquele que também possui um seriado, né? Falam bem dessa história. Mas não curto muito temática vampiresca, rsrs.
A Hospedeira me lembrou uma história de invasão alienígena que eu escrevia nos meus 15 anos, hehe, só tirando a parte do romance.

Balas
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Eu achei uma versão meia de Eu Sou O Número Quatro que é bem melhor. Tem seriado também, mas ainda sou a favor de True Blood, rsrsr

Balas