Resenhas, artigos e contos

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[Dica de filme: A Sociedade dos Poetas Mortos] E meu gosto por poesia aumentou de level



Certa vez minha professora do ensino fundamental tentou passar esse filme para a turma, mas o VHS (ainda lembram o que é isso, né?) travou logo no início. O título A Sociedade dos Poetas Mortos ficou na memória, requentado inúmeras vezes no decorrer dos anos. E como agora tenho um contato mais forte com a literatura, a temática do filme me pareceu, enfim, muito atraente. Comecei a vê-lo já com a expectativa em alta, uma vez que ele detém reconhecimento tanto da critica quanto daqueles que o assistiram, embora não soubesse nada sobre o enredo. Após o término do filme, sem dúvida, ele entra na minha lista (abstrata) de filmes marcantes.

A história é ambientada numa escola de ensino rigoroso e conservador cujos pilares são a  tradição, a honra, o ensino e a excelência. Os alunos são jovens dedicados aos estudos e procuram dar orgulho aos seus pais e à Instituição. Até que um novo professor, John Keating (numa ótima interpretação de Robin Willians), aplica em suas aulas de literatura métodos nada ortodoxos que estimulam seus alunos a serem livres pensadores, aproveitar a vida (ou o dia, carpem diem)  e seguirem seus sonhos.

O filme é recheado de referências literárias, cita trechos e nomes de diversos autores, porém não é necessário conhecê-las previamente para compreender os acontecimentos. Como indica o título, a poesia é uma arte bastante presente no filme e é tratada de forma apaixonante e encantadora pelo professor Keating. Com certeza muitos dos que assistiram desejam ou desejaram ter uma aula com esse professor na escola. Sabem aquelas aulas de literatura que você acha um saco? Não serão com o professor Keating. Ele não irá analisar poesia, irá mostrar poesia. Aliás, esse é um dos grandes problemas do ensino da literatura na escola: o foco nos instrumentos de análise em vez da própria literatura. Confiram a cena abaixo:


Embora Keating seja cativante, ele não é o personagem principal. A história é centrada num grupo de alunos que, inspirados por esse professor, criam a sociedade dos poetas mortos, uma reunião secreta à meia noite, numa gruta próximo à escola, que o próprio Keating era membro em sua época de estudante. Lá eles irão declamar poemas, ou melhor, “irão para os bosques viver de livre de vontade, para sugar todo o tutano da vida, para aniquilar tudo o que não era vida, e para, quando morrer, descobrir que não viveram.” Alguns dos personagens ganham destaque, como Neil, que sonha em ser ator de teatro, mas é impedido pelo pai que deseja vê-lo como médico no futuro (e numa realidade alternativa, Neil se torna o Dr.Wilson no seriado House). Há outros com alguns conflitos comuns da idade adolescente. Mas o importante da trama é que todos esses conflitos estão conectados com o professor Keating, já que ele os estimula a viver e gozar a vida, pois ela é breve (mais uma vez, carpem diem). Particularmente, me identifiquei com o personagem mais tímido do grupo, Todd Anderson. Confira essa ótima cena entre Todd e Keating.


A Sociedade dos Poetas Mortos ganhou o Oscar de melhor roteiro original, além de indicações de melhor filme, melhor diretor e melhor ator (Robin Willians), em 1990. Não interessa se você gosta ou não de poesia, é um filme que irá te emocionar e fazer refletir sobre diversas questões.

2 comentários

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Um professor meu do ensino médio também passou esse filme, mas infelizmente precisei sair mais cedo e não consegui assistir.Fiquei #chateada porque a discussão nas aulas seguintes tava interessante :/ Obrigada por me lembrar, vou procurar pra ver ;)

Balas
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Que pena, Natália. É um filme com muitos assuntos interessantes a ser tratados na sala de aula. Veja sim, é um filme maravilhoso *_*

Obrigado pelo comentário.

Balas