(Anime) 362
Após o melhor arco filler do
anime (embora eu tenha gostado de Chikara pela animação, roteiro quase rompendo
com o estilo shonen, e pelo punch que
a Sakura tomou), encerrado com o episódio que recapitulou a formação do time 7 sob o ponto de vista do Kakashi — e dialogando com o capítulo do mangá da
semana passada, pois uma das (poucas) qualidades do anime é criar um link com o
momento atual do mangá —, os episódios cannons
estão de volta.
Mas confesso que o arco voltado para os
passados do Kakashi e Itachi foram mais empolgantes comparados ao episódio 362.
Como já conheço o andamento da história, vejo e avalio o anime como adaptação.
Posso relevar um pouco a história, mas há outros aspectos que despertam o meu
interesse.
Uma diferença deste episódio para
os do arco filler é que voltaram a inserir alguns minutos de cena antes da
abertura, uma técnica de narrativa audiovisual que funciona bem quando a prévia
cria uma tensão para a cena pós-abertura, mas que não funcionou aqui.
A trilha sonora do anime é sua
melhor qualidade, salvando muitos episódios de se tornarem ruins e medianos. Contudo,
elas passaram pouca emoção nas cenas entre Obito e Kakashi; talvez a escolha
por algum tema mais melancólico poderia ter equilibrado o excesso de
composições mais sérias voltadas para a batalha.
E a animação, bem, qualidade
Shippuden. Não é de se esperar muito. Movimentos lentos e traços nada
caprichados, por exemplo, as cenas de Obito ferindo o Kakashi e a cabeçada do
Naruto. Contudo, houve alguns momentos de razoável apreciação.
Nota: 2.5/5.0
(Mangá) 676
No capítulo anterior Kishimoto
dedicou novas páginas ao time 7, procurando reforçar a interação entre Naruto,
Sakura e Sasuke. Desta vez essa nostalgia foi explorada no ponto de vista do
Kakashi, que compara o momento atual com o primeiro encontro de seus pupilos
quando estes ainda eram apenas gennins (oh, wait, o Naruto ainda é).
Na verdade, o autor tem mesmo a
característica de requentar a relação entre os personagens como se cada
capítulo dedicado a isso tivesse como fim explorar novas camadas dessa relação.
Foi o que aconteceu recentemente com Naruto e Minato; em uma ocasião oportuna,
a relação entre pai e filho foi testada e desenvolvida ao longo deste arco. E o
mesmo vem recorrentemente acontecendo ao time 7.
No capítulo 676, esse mesmo foco
foi dado rapidamente à relação da Sakura com os outros membros de seu time. Aliás,
essa coisa dela pensar de estar sempre atrás dos companheiros, para ser
protegida, já está saturado e irritante. A fase shippuden não serviu necessariamente
para amadurecer todos os personagens: a Sakura não ter tido progresso nesse
quesito de não estar à altura de seus companheiros é uma característica dela.
Mas é justamente aí que está um dos problemas de construção da personagem.
Kishimoto vem apertando tanto essa mesma tecla que as outras qualidades da
personagem são ofuscadas por essa frustração. Ou seja, a Sakura sempre será
motivo de chacota para os leitores enquanto o autor não apresentá-la noutro contexto (por exemplo, a antiga luta contra Sasori).
Depois da Sakura ter feito sua “sakurice”
foi a vez do Madara fazer sua “madarice”. Quatro chibaku tensei! Bem, eu não
fico nada surpreso vindo do Madara. Aliás, eu não fico mais surpreso com
qualquer jutsu em qualidade de força ou quantidade, pois há tempos todos estão
brincando de Dragon Ball Z. Mas é neste ponto do capítulo que as transformações
de Naruto e Sasuke apresentam mudanças categóricas em seus poderes. A respeito
dessa sequência de novas roupagens, o protagonista sofreu excessivas
transformações ao longo da série, e por isso já nem impressiona muito quando o Naruto
muda de forma, pois o impacto no leitor diminui a cada nova transformação, a
não ser em circunstâncias especiais. Por exemplo, Goku se transformando em
Super Saiyajin pela primeira vez é muito mais marcante que sua transformação em
Super Saiyajin 3.
Mas, deixando isso de lado,
PREPARA… QUE É HORA… DO MUGEN TSUKUYOMI…
Enfim, parece que o principal
jutsu antagonista irá começar. Não tenho certeza se no próximo capítulo os
personagens já sentirão os efeitos do genjutsu ou se ainda haverá um capítulo
em que o jutsu tentará ser detido. Se o Kishimoto realmente pretende executar o
mugen tsukuyomi na história, não vejo motivos para atrasar o clímax. Do
contrário, provavelmente teremos a continuação de uma luta com o tempo
cronometrado para o genjutsu.
Nota: 4.0/5.0