Mas deixemos de lado as
comparações. Vamos falar sobre o filme. Particularmente, eu tinha uma boa
expectativa para A Ameaça de Electro,
após um primeiro filme mediano e sem muito a acrescentar ao que já sabemos. A curiosidade
agora era saber que rumo a história iria tomar. Como esperado, a trama por trás
dos segredos dos pais de Peter foi retomada e aparentemente finalizada.
Contudo, foi justamente essa trama a responsável por diminuir o ritmo da
narrativa, numa vã tentativa de intensificar um mistério que não teve um impacto
tão grande quando foi revelado. Outro rescaldo do último filme foi a promessa
de Peter feita ao pai da Gwen, e a relação conflituosa do casal (que possui uma
ótima química) é explorada continuamente ao longo da história, sendo muito
relevante para o desfecho entre eles.
Sobre o vilão principal, Electro,
seu visual não era muito parecido com o que eu tinha em mente. Seu nascimento,
diferente do Lagarto, foi acidental, e, como personagem, teve uma construção
convincente. Era apenas um funcionário da Oscorp, sem amigos ou parentes,
invisível na sociedade, que passou a ser notado por todos quando se transformou
em Electro. A melhor cena que caracteriza a transição do personagem que ainda
procurava compreender os seus poderes para vilão foi durante seu primeiro
embate com o Homem-Aranha, na cidade, onde os televisores dos prédios mostraram
Electro no início de sua aparição, mas que depois teve sua imagem substituída
quando o Homem-Aranha salvou alguns civis.
Outro vilão que deu as caras foi
o Duende Verde, não o pai, e sim o filho. Pois é, não demoraram três filmes
para Harry Osborn abraçar o darkside.
Desta vez, Harry e Peter eram amigos de infância, mas foram separados depois
que Norman colocou o filho num colégio interno. Há aquela amizade saudosa entre
os dois após se reencontrarem, uma relação não muito intensa ao ponto de
impedir o nascimento do Duende Verde e suas ações.
As cenas de ação são um verdadeiro
deleite, com efeitos especiais capazes de te deixar bem elétrico. Algumas cenas
se preocuparam em dar ao espectador uma visão mais detalhada do sentido aranha,
provocando uma imersão maior no ponto de vista do super-herói. A trilha sonora
que acompanha a ação, embora alguns tenham desgostado, arranjou-se muito bem,
principalmente em relação ao Electro.
Apesar dos elogios, o roteiro
deixa a desejar, a composição de algumas cenas parece forçar suas sequelas,
dando a impressão de que as coisas precisam sair daquele jeito porque tem que
sair daquela maneira para a história poder caminhar. A melhor parte do filme e
aquela que consegue compensar esses deslizes na narrativa são os seus minutos
finais, desde a última batalha contra o Electro, passando pelo atrito com o
Duende Verde, até a aparição de um Rino com foguetes e metralhadoras, e ainda
fomenta uma boa expectativa para o próximo The
Amazing Spiderman.
p.s: J.J Jameson consegue fazer o
público rir sem nem aparecer. Duvido que encontrem algum outro autor senão o
J.K.Simmons
Nota: 4/5