Resenhas, artigos e contos

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[Resenha-mangá] Assassination Classroom #11



A partir de hoje postarei resenhas de volumes de mangás lidos pela primeira vez. Então, é certo que todo mês teremos algumas postagens desse tipo. Para a minha primeira resenha, escolhi o volume 11 de Assassination Classroom, um mangá que venho acompanhando, com grande expectativa, desde o lançamento de seu primeiro volume aqui no Brasil.

O volume 11 é focado na rivalidade entre a “turma A” e a “turma E”, um dos arcos que mais aprecio na série por dar conta da discriminação sofrida pelos personagens, além de sempre contar com aparições pontuais do principal antagonista da história, o diretor Gakuhou Asano. Frustrados pela derrota nas últimas provas, a turma A almeja se vingar dos alunos do Koro-sensei por meio de uma competição chamada “derrubar o poste”, no qual a primeira conta com um número muito maior de participantes (incluindo estrangeiros super parrudos), liderados pelo filho do diretor, enquanto a última se apóia na liderança do protagonista desse arco, Yuuma Isogai. Assim como o jogo de baseball que ocorreu em volumes passados, o ritmo frenético foi ditado pelas ordens dos líderes de cada turma (dessa vez, um embate entre alunos). Cheguei até mesmo a lê-la ao som de uma música animada.

O segundo arco, embora ainda tenha a participação do filho do diretor e sua turma, constrói-se como uma interessante seqüela da competição de “derrubar o poste”. Na verdade, sua trama é o resultado da acumulada auto-estima que a turma E conquistou em todos os seus desafios, sejam referentes à escola ou ao assassinato. Trata-se de uma ocorrência natural, seja na ficção ou na vida real, em que os oprimidos ascendem a um patamar de poder antes inalcançável e acabam se envaidecendo (e às vezes se tornam tão opressores quantos aqueles que os oprimiram). Pela primeira vez, Koro-sensei replicou fisicamente seus alunos, como um pai ou uma mãe que dá um tapa na cara do filho por alguma grande besteira que ele tenha feito. Foi, sem dúvida, o momento de maior maturidade demonstrado pelos personagens. Há uma cena desse arco que resume muito bem o aprendizado da “turma E”. Nela, um gatinho acaba ficando preso em uma árvore, e uma garota que prefere não estudar por causa do bullying sofrido na escola, recrimina-o por não ter preferido ficar no chão, onde é mais seguro. E Nagisa lhe responde:

Se aquele galho fosse a escola e o chão fosse o mundo fora dela, eu diria que todos nós (cena de um aluno que toma impulso em outro e pula na direção do galho) nos fortalecemos no chão. Enquanto a gente admirava as pessoas nos galhos... que nos menosprezavam, aprendemos bastante sobre o perigo de lugares altos antes de começarmos a subir. É por isso que podemos nos mover livremente por eles agora. Mesmo assim, há vezes em que nos esquecemos desse perigo e acabamos caindo de cara no chão.

A cada volume que passa, os alunos da turma E crescem como personagens, subtraindo um pouco o protagonismo do Koro-sensei. Nesses últimos arcos eles provaram que conseguem manter a qualidade dessa excelente história que acaba de chegar a sua segunda metade.



Nota: 5/5